CANOLA – A GRANDE FRAUDE
Artigo
de: Sally Fallon e Mary G. Enig, PhD
Óleo
de canola é amplamente reconhecido como o mais sadio óleo para
salada e cozimento disponível para os consumidores. Ele foi
desenvolvido por hibridação da colza. O óleo de colza é tóxico
porque contém quantidades significativas de uma substância perigosa
chamada de ácido erúcico. O óleo de Canola contém somente traços
de ácido erúcico e seu perfil peculiar de ácidos graxos, rico em
ácido oleico e reduzido em gorduras saturados, o faz
particularmente benéfico pela prevenção de doença do coração.
Também contém quantidades significativas de ácidos graxos ômega –
3, que também têm mostrado serem benéficos à saúde. Isso é que
a indústria alimentar afirma sobre o óleo de canola.
Óleo
de Canola é uma substância venenosa, um óleo industrial que não
pertence ao corpo. Contém “o infame agente do gás mostarda da
guerra química”, hemaglutininas e glicosídeos tóxicos; causa a
doença da vaca louca, cegueira, desordens nervosas, adesão de
hemácias e depressão do sistema imunológico. Isso é o que falam
os detratores do óleo de canola e me incluo nestes!
Como
fica o consumidor para se situar entre as conflitantes afirmações a
respeito desse produto? Seria o óleo de canola um sonho que virou
realidade ou um veneno mortal? E por que a canola capturou um espaço
tão marcante entre os óleos utilizados pelos alimentos processados?
Amigos, este post poderá ser um pouco “chato” de se ler, uma vez
que apresento um pouco de história para que compreendam pelo menos
uma parte de todo lobby que a indústria faz para que novos produtos
sejam lançados e aceitos pela comunidade médica como saudáveis. Me
parece um verdadeiro circo, onde profissionais de saúde viam os
palhaços. A indústria lança, médicos aceitam, espalham as ideias
absurdas, população paga um preço altíssimo no momento em que
acredita e fica cada vez mais doente e aí por diante. Mas existem
pessoas se beneficiando muito com isto tudo: Indústria alimentícia,
farmacêutica e em última instância, os próprios profissionais de
saúde que se amparam e vivem das doenças, ou seja, será que
teremos uma solução real? O Óleo de Canola é um verdadeiro
veneno, adicionado dentro do Brasil inclusive em formulações
infantis como o NAN e virou sinônimo de saúde para 9 em cada 10
profissionais da área da saúde infelizmente. Para aqueles que não
terão “paciência” de ler o post, recomendo que não usem, não
comprem, mas façam uso do Óleo de Coco Extra Virgem ok? Para os
interessados, escrevi um artigo
sobre os benefícios do óleo de coco.
HISTÓRIA OCULTA
Vamos começar com um pouco de história. O período de tempo é o meados da década de 1980 e a indústria alimentar está tendo um problema. Em coordenação com a Associação Americana do Coração (American Heart Association), com numerosas agências governamentais e com departamentos de nutrição das principais universidades, a indústria vinha promovendo os óleos poli-insaturados como uma alternativa saudável para o coração em relação às gorduras saturadas “obstruidoras de artérias”. Desafortunadamente, estava vez ficando mais claro que os poli-insaturados, particularmente o óleo de milho e o óleo de soja, causariam numerosos problemas de saúde, inclusive e especialmente o câncer.1
A indústria estava amarrada. Não poderia continuar utilizando quantidades grandes de óleos poli-insaturados líquidos e proclamarem seus saudáveis predicados face às evidências que acabariam por demonstrar seus perigos. Mas esses mesmos fabricantes não podiam retornar ao emprego tradicional e saudável de gorduras saturadas – manteiga, toicinho, banha, gordura de coco e óleo de palma – sem causar um alvoroço. Além disso, essas gorduras têm um alto custo para as implacáveis margens de lucro da indústria.
A
solução foi abraçar o uso de óleos monoinsaturados, tal como o
óleo de oliva (azeite). Estudos tinham mostrado que o óleo da
azeitona tem um efeito “melhor” do que os óleos poli-insaturados nos níveis de colesterol e em outros parâmetros do sangue. Além
disso, Ancel keys e outros promotores da ideia da dieta cardíaca
(diet-heart Idea) tinham popularizado a noção que a dieta do
Mediterrâneo – rico em azeite em conjunto com imagens de uma
existência despreocupada sob o sol daquelas ilhas – protegeria
contra a doença cardíaca e assegurava uma vida longa e saudável.
O
Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI) patrocinou
o Primeiro Seminário sobre Monoinsaturados da Philadelphia. A
reunião foi presidida por Scott Grundy, um prolífico escritor e
apologista da noção de que o colesterol e as gorduras de origem
animal causam doença do coração. Aqui um dos primeiros GRANDES
erros da história da medicina moderna, pois a população está
pagando o preço desta informação infame a qual tantos
profissionais de saúde continuam aceitando e divulgando. Mas os
representantes da indústria de óleo comestível, incluindo a
Unilever, estavam presentes. O Segundo Seminário sobre
Monoinsaturados tomou lugar em Bethesda, Maryland, no início de
1987. O dr. Grundy foi associado a Claude Lenfant, cabeça do NHLBI,
e os oradores incluíam Fred Mattson, que tinha passado muitos anos
na Proctor e Gamble, e o cientista Holandês Martign Katan, que mais
tarde viria a publicar pesquisas que mostravam os problemas com os
ácidos graxos “trans”. Nessa época os artigos que exaltavam as
virtudes de óleo de oliva começavam a aparecer na imprensa popular.
O
problema para a indústria é que não haveria azeite suficiente no
mundo para atender suas necessidades. E, como a manteiga e outros
gorduras tradicionais, o óleo da azeitona seria também bem mais
caro para utilização em alimentos processados. A indústria
precisaria de um óleo monoinsaturado menos dispendioso.
O
óleo de colza (Rapeseed oil) era um óleo monoinsaturado que tinha
sido usado extensivamente em muitas partes do mundo, notavelmente na
China, Japão e Índia. Contém quase 60% de ácidos graxos
monoinsaturados (comparado aos quase 70 por cento do azeite).
Desafortunadamente, quase dois terços dos ácidos graxos
monoinsaturados da colza é ácido erúcico, um ácido graxo
monoinsaturado com 22 carbonos, que está associado com a doença de
Keshan, caracterizada por lesões fibróticas do coração.
CRIANDO O MARKETING
Em 1978, a indústria firmou o termo “canola”, para o “Óleo canadense” (Canadian Oil), uma vez que essa nova colza foi originada no Canadá. “Canola” também soava de forma semelhante a expressões positivas na língua inglesa: “can do” and “payola” – muito favoráveis na linguagem do jargão do marketing. Entretanto, o nome novo não emplacou até o início da década de 90.
O
desafio inicial para Conselho Canadense da Canola seria o fato de que
a colza não tinha recebido o status de GRAS (Geralmente reconhecido
como seguro) pelo FDA americano (Administração de Alimentos e
Medicamentos, órgão que regula a liberação de alimentos e
medicamentos nos EUA, NT.) Uma mudança na regulamentação
seria necessária antes que a canola pudesse ser comercializada nos
Estados Unidos. 4 Precisamente como isso
aconteceu não foi revelado, mas o status de GRAS foi concedido em
1985, pelo qual, existe rumores, de que o governo Canadense teria
gasto 50 milhões de dólares pela liberação.
Como
a canola foi dirigida ao crescente número de consumidores
preocupados com sua saúde, as técnicas de marketing teriam que ser
mais sutis do que as técnicas de propaganda televisa dos “junk
foods”. A indústria teria que administrar o manejo do perfeito
casamento entre a ciência com o óleo canola – reduzido teor de
gordura saturada e rico em monoinsaturados. Adicionalmente, o óleo
de canola contém mais de 10% de ômega-3, a descoberta mais recente
que os nutricionistas tinham estabelecido. A maioria dos americanos
são deficientes em ômega-3, um ácido graxo que tinha sido
demonstrado como benéfico para o coração e para o sistema
imunológico. O desafio seria como comercializar este ácido graxo,
um verdadeiro “sonho que virou realidade”, para os consumidores
mais esclarecidos.
O
óleo Canola começou a aparecer nas receitas de livros de saúde
afiados, como o de Andrew Weil e Barry Sears. A técnica foi exaltar
as virtudes da dieta do Mediterrâneo e do azeite (de oliva) no
texto, e então listar “óleo de oliva ou óleo de canola” nas
receitas. Um informante na indústria da editoração nos disse que
desde os anos 90 os maiores editores não iriam aceitar livros de
receitas, se eles não incluíssem canola como ingrediente.
A
estratégia da indústria da canola – conferências científicas,
promoção para consumidores diferenciados através de livros
como The
Omega Diet e
de artigos em seções de saúde de jornais e revistas – obteve
êxito. No final dos anos 90 a canola tinha voado alto, e não apenas
nos EUA. Atualmente China, Japão, Europa, México, Bangladesh
e Paquistão, todos compram quantidades significativas. A canola
cresce bem em ambientes áridos tais como a Austrália e as planícies
Canadenses, onde se tornou na principal lavoura econômica. É o óleo
de escolha em mercados de alimentos saudáveis como o Fresh
Fields (comidas integrais), e cresce como item de supermercado.
É comumente utilizado em margarinas sendo amplamente recomendado
para redução do colesterol. A canola hidrogenada é utilizada cada
vez mais em frituras, especialmente em restaurantes.
PERIGOS
Artigos relacionados com os perigos do óleo de colza são rampantes na Internet, a maior parte originado de um artigo, “Cegueira, doença da Vaca Louca Doença e o óleo Canola (Blindness, Mad Cow Disease and Canola Oil)” de John Thomas, que apareceu na revista Perceptions, de março/abril de 1996.
Glicosídeos
ou glicosinolatos (compostos que produzem açúcar pela hidrólise)
são encontrados na maior parte dos membros da família brassica,
incluindo brócolis, couve, repolho e nas mostardas. Eles contêm
enxofre (não arsênico), o que dá um aroma picante aos vegetais
tipo as mostardas e as crucíferas. Estes compostos são
goitrogênicos (provocador de bócio, na tireoide, NT.) e devem ser
neutralizados pelo cozimento ou pela fermentação. Como os
alimentos à base de colza têm altas taxas de glicosídeos, não
poderia ser usados em quantidades grandes como ração para animais.
As
hemaglutininas, substâncias que promovem a coagulação do sangue e
que prejudica o crescimento, é encontrado na porção proteica da
semente, embora vestígios podem aparecer no óleo.
Os
primeiros estudos publicados sobre o novo óleo foram desenvolvidos
em 1978 com recursos de pesquisa da Unilever na Holanda e obviamente
não trariam informações ruins a respeito deste produto
desenvolvido por eles próprios, não é mesmo? Em estudos
iniciais, os animais alimentados com colza com altas taxas de ácido
erúcico mostraram retardo de crescimento e mudanças indesejáveis
em vários órgãos, especialmente o coração, uma descoberta que
provocou a assim chamada “crise do ácido erúcico” o que
impeliu os geneticistas da planta a desenvolver versões novas da
semente.
Por
último, estudos empreendidos nas Divisões de Pesquisa de Saúde e
Toxicologia de Ottawa, Canadá, descobriu que ratos criados para
terem pressão do sangue elevada e propensos ao acidente vascular
cerebral têm uma expectativa de vida menor quando são alimentados
com o óleo de canola sendo a única fonte de lipídios. Os
resultados de um estudo posterior sugeriram que o culpado seria um
composto esteroide do óleo, que “tornaria a membrana celular mais
rígida” e contribuindo para o encurtamento da vida dos animais.
Todos
estes estudos apontam na mesma direção – que o óleo de canola
definitivamente não é saudável ao sistema cardiovascular. Como o
óleo de colza, seu predecessor, o óleo canola está associado com
lesões fibróticas no coração. Também causa deficiência de
vitamina E, mudanças indesejáveis nas plaquetas, e encurta a
expectativa de vida de ratos (propensos ao derrame), quando esse óleo
é a única fonte lipídica da dieta. Além disso, parece retardar o
crescimento, o que faz com que o FDA não permita o uso de óleo de
canola em fórmulas infantis.19 (Fórmulas infantis
comerciais vendidas no Brasil, como o NAN®, da Nestlé,
têm óleo de canola em sua composição, NT.). Um verdadeiro
absurdo, não é mesmo?
Quando
gorduras saturadas são adicionados à dieta, os efeitos indesejáveis
de óleo canola são suavizado, por incrível que pareça, pois tudo
o que nós sempre ouvimos falar é que gordura saturada faz mal, mas
já escrevi um artigo demonstrando que esta informação é
completamente equivocada.
PROCESSAMENTO
Uma grande parte do óleo de canola utilizado nos alimentos processados foi “endurecida” através do processo de hidrogenação, o que introduz altos níveis de ácidos graxos trans no produto final, algo em torno de 40%. De fato, os hidrogenados do óleo canola são muito atrativos, pois são melhores que os óleos de milho e de soja, uma vez que os modernos métodos de hidrogenação tem ação preferencial sobre o ômega – 3, e o óleo de canola é rico em ômega – 3. Esses níveis mais altos trans significam vida mais longa para esses alimentos processados nas prateleiras, uma textura crocante nos biscoitos e nas bolachas – e mais riscos de doença crônica ao consumidor.
O MITO DOS MONOINSATURADOS
A aceitação pelo consumidor do óleo de canola representa uma entre uma série de vitórias da indústria de alimentos processados, cuja meta é a substituição de todos os alimentos tradicionais pelos alimentos de imitação, originados a partir de produtos derivados da soja, do milho, do trigo, e outras sementes oleaginosas. O óleo de canola veio a salvar a indústria uma vez que a promoção de óleos poli-insaturados, como soja e milho, foi se tornando cada vez mais insustentável. Os cientistas poderiam endossar o óleo canola com boa intenção, como se fosse um óleo saudável para o coração, com suas reduzidas taxas de gordura saturada, com suas altas taxas de monoinsaturados e por ser uma boa fonte de ômega-3.
Mas a maior parte do ômega–3 do óleo de canola é transformado em gorduras trans durante o processo de desodorização; e pesquisas continuam a provar que a gordura saturada é necessária e altamente protetora.
O
excesso de ácido oleico (o tipo de ácido graxo monoinsaturado do
azeite e do óleo canola) cria desequilíbrio a nível celular que
pode inibir a produção de prostaglandinas. Em um estudo, o consumo
excessivo de gordura monoinsaturadas estaria associado com um risco
aumentado de câncer de mama.
Sobre as autoras:
Mary
G. Enig, PhD é a autora de “Know
Your Fats: The Complete Primer for Understanding the Nutrition of
Fats, Oils, and Cholesterol,
Bethesda Press, maio, 2000.Peça
sua cópia no site: www.enig.com/trans.html.
Sally
Fallon é
a autora de Nourishing
Traditions: The Cookbook that Challenges Politically Correct
Nutrition and the Diet Dictocrats,
e “Eat
Fat, Lose Fat” (juntamente
com M. Enig, PhD), além de um grande número de artigos sobre
dietas e saúdes. Ela é a presidente da Weston A. Price Foundation
e fundadora da campnha pelo leite bruto integral (A
Campaign for Real Milk).
Ela é a mãe de quatro crianças saudáveis nutridas com alimentos
integrais como manteiga, nata, ovos e carne. – Veja mais em
http://www.blogdodrvictorsorrentino.com/2012/03/verdade-sobre-o-oleo-de-canola.html#sthash.Y1GrbP0n.dpuf
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O
texto original está no link:
http://www.westonaprice.org/knowyourfats/conola.html
-Veja
mais em:
http://www.blogdodrvictorsorrentino.com/2012/03/verdade-sobre-o-oleo-de-canola.html#sthash.xbB4YDyI.dpuf
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