A IMPORTÂNCIA DA
MANDIOCA
(miniconto de Nelson
Barboza)
O homo sapiens
(registrado no Cartório do Registro Civil de Pessoas do Paraíso
como “Adão”) vivia feliz, mas sozinho. Vivia de mandioca dura.
Um dia, apareceu, de repente, uma mulher sapiens (registrada no mesmo
cartório como “Eva”). Aí, sua vida mudou. Carícias daqui,
carícias dali, descobriu um orifício muito curioso na mulher
sapiens. Verificou que introduzindo sua mandioca ali e friccionando-a
bastante, ela, depois de um certo tempo, amolecia. E a mulher sapiens
gostava muito de mandioca. Queria enguli-la toda hora, mas, às
vezes, a mandioca não estava dura o suficiente. A mulher sapiens,
muito esperta, descobriu que, dando uns beijinhos na mandioca, ela
ficava enrijecida e no ponto para ser engolida. Então, um belo dia,
aconteceu o inusitado: a barriga da mulher sapiens começou a
crescer. Depois de nove luas, a mulher sapiens deu à luz um bebê.
Em seguida, a cada ano, outros viriam. E, assim, a humanidade foi
evoluindo. A mandioca foi o berço da civilização e, até hoje, é
exaltada, até em discursos oficiais.
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